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Qual a chance de ser atingido por um raio?

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O raio é um dos fenômenos mais impressionantes que o homem pode apreciar na natureza. Ele pode cair em qualquer lugar e, dependendo de vários fatores, até no mesmo lugar por várias vezes. Por ser tão fascinante e assustador as pessoas têm muitas dúvidas sobre eles. Sendo uma das principais delas: qual a chance de ser atingido por um raio?

Ele é uma descarga elétrica que acontece na atmosfera sendo resultado da separação de cargas elétricas em nuvens de tempestade. No momento em que a diferença de potencial entre as nuvens e o solo é grande o bastante acontece a descarga elétrica que é conhecida como raio. Junto dele vêm os trovões, que são o som provocado pela expansão rápida do ar aquecido pelo raio.

E como dito, mesmo que seja improvável, não quer dizer que alguém não possa ser atingido por um raio. Tanto que, anualmente, cerca de 24 mil pessoas são atingidas e aproximadamente duas mil mortes acontecem.

De acordo com estimativa da National Weather Service, nos EUA, aproximadamente 300 pessoas são atingidas por raios por ano, tendo uma média de 30 mortes. No Brasil, um dos países com maior incidência de raios do mundo, é estimado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que aconteçam aproximadamente 77,8 milhões de raios por ano.

Qual a chance de ser atingido por um raio?

Olhar digital

A probabilidade de alguém ser atingido por um raio, seja qual for o ano, é bem baixa. Nos EUA, essa chance é de cerca de 1 em 1.200.000. Contudo, em uma vida de 80 anos, essa chance aumenta para 1 em 15.000.

Já no Brasil, por conta da grande incidência, as chances podem ser um pouco maiores. Mesmo assim ainda são baixas quando comparados com outros riscos diários.

Fatores de risco

As chances de ser atingido por um raio podem aumentar por conta de alguns fatores de risco. São eles:

Localização geográfica – em lugares tropicais, como o nosso país, existe uma incidência maior de tempestades elétricas.

Atividades ao ar livre – quem trabalha ou fica muito tempo ao ar livre, por exemplo, agricultores, trabalhadores da construção civil, golfistas e pescadores, têm um risco maior de serem atingidos por um raio.

Estação do ano – nos meses de verão é mais comum os raios acontecerem, que é o momento onde acontecem mais tempestades.

Hora do dia – normalmente, as tempestades acontecem no fim da tarde ou no começo da noite, que são as horas de maior risco.

Sobrevivendo

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Por mais que as chances sejam poucas, elas existem. E se alguém é atingido por um raio é possível sobreviver? Pensando nisso, os cientistas da Universidade Tecnológica de Ilmenau, na Alemanha, foram estudar o que poderia ter uma influência na força da descarga elétrica no meio de uma tempestade. Os resultados que eles encontraram foram bem interessantes.

Por exemplo, se uma pessoa estiver com a cabeça molhada ela pode aguentar o impacto de um raio de forma melhor. E mesmo que pareça algo impossível de ser feito, que é sobreviver a um impacto direto na cabeça, isso ainda é possível.

Para se ter uma noção, a taxa de sobrevivência às descargas elétricas que escapam dos para-raios fica entre 70% e 90%. Essa é uma porcentagem bem alta. Claro que para isso acontecer vários fatores estão envolvidos. Além disso, os cientistas acreditam que ter uma superfície “flashover”, que é a que espalha a descarga do raio de maneira rápida, é o fator principal na ajuda a sobrevivência das pessoas.

De acordo com os cientistas, a superfície de flashover, de maneira mais específica, é o caminho de descarga ao longo da pele mais externa causado pela diferença alta de voltagem entre o ponto de entrada e o de saída da corrente ao longo do corpo.

A fração mais alta da corrente do raio flui através do canal de flashover fora do corpo humano, atingindo somente alguns ampères nos tecidos humanos, pelo menos foi isso o visto nos experimentos e estudos teóricos. E por mais que os flashovers possam ajudar na sobrevivência, nenhum estudo tinha observado como a chuva afetava na sua formação.

Então, os cientistas criaram cabeças falsas para fazer o teste. Elas tinham três camadas representando o escalpo, o crânio e o cérebro, respectivamente. Além disso, os materiais usados imitavam o tecido humano. Eles foram submetidos a 10 cargas elétricas de alta voltagem. Uma foi a seco, e as outras depois de terem recebido um spray de solução levemente salina que imitava a água da chuva.

Como resultado, entre 92 e 97%, ou seja, a maior parte da corrente elétrica viajou pela superfície exterior das duas cabeças. A diferença estava na quantidade de corrente penetrando as camadas. No escalpo da cabeça molhada chegou uma quantidade maior de carga, mas o cérebro levou 13% menos corrente elétrica e 33% menos energia comparado à cabeça seca.

As diferenças vistas foram grandes, tendo a cabeça seca sofrido mais dano. Mesmo com esses resultados, os próprios cientistas reconheceram que seu estudo teve limitações, como por exemplo, as cabeças não terem cabelo ou chapéus, e que os raios de verdade iriam ter uma amplitude elétrica maior. Independentemente disso, os resultados obtidos foram interessantes por si só e pedem estudos mais aprofundados.

Fonte: Olhar digital, Canaltech

Imagens: Olhar digital, Canaltech

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