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Quem são mais parecidos entre si: neandertais ou ursos polares?

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No reino animal, a semelhança entre os animais da mesma espécie é uma coisa real. E para nós, muitas vezes, olhando para eles, chegamos até a achar que todos são iguais. Mas será que nossos ancestrais algum dia já foram considerados “iguais”? Ou será que nós humanos sempre nos diferenciamos uns dos outros em alguns detalhes?

Segundo um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford, os humanos antigos, os neandertais e os hominídeos de Denisova, eram mais parecidos geneticamente entre si do que ursos polares e ursos marrons.

A descoberta mostra que essas espécies, diferentes de humanos, eram capazes de produzirem filhotes híbridos e saudáveis de maneira bem fácil. Assim como os ursos e outras espécies também fazem.

Essa habilidade de mamíferos, incluindo os seres humanos, de conseguirem produzir filhotes híbridos e férteis não é muito fácil de se prever. A fertilidade relativa desses híbridos ainda é uma questão em aberto na biologia.

Análises

As análises genômicas extensas feitas nos últimos anos mostraram que humanos, neandertais e denisovanos tinham relações entre si. E com bastante frequência. E que, certamente, produziam bebês híbridos. Tanto que, até hoje, os seres humanos tem uma porcentagem de DNA neandertal.

E alguns geneticistas chegaram até afirmar que os humanos e ops neandertais estavam na limite da compatibilidade biológica. Mas esse novo estudo pensa em uma realidade diferente.

O que os pesquisadores descobriram foi que os valores da distância genética entre os humanos e os parentes mais antigos eram bem menores do que a distância que é vista em espécies que  são conhecidas por fazerem filhotes híbridos com facilidade. Como por exemplo, os ursos polares e os marrons, os coiotes e os lobos.

“Nosso desejo de categorizar o mundo em caixas nos levou a pensar nas espécies como unidades completamente separadas. A biologia não se preocupa com essas definições rígidas. Muitas espécies, mesmo aquelas distantes evolutivamente, trocam genes o tempo todo. A nossa métrica preditiva permite uma determinação rápida e fácil da probabilidade de duas espécies produzirem híbridos férteis. E essa medida sugere que humanos, neandertais e denisovanos eram capazes de produzir filhos vivos e férteis com facilidade”, explicou Greger Larson, diretor da de Rede de Pesquisa em Paleogenômica e Bioarqueologia Oxford. E também um dos autores do estudo.

Estudo

Para conseguir prever a fertilidade relativa das primeiras gerações de híbridos, a equipe desenvolveu uma métrica de distâncias genéticas. Feita entre quaisquer duas espécies de mamíferos. Eles fizeram isso com a  análise de dados de sequenciamento genético de várias espécies que são conhecidas por terem híbridos.

O que eles viram foi que, quanto maior a distância evolutiva entre duas espécies é menor a probabilidade de que os híbridos que eles gerarem seja fértil. E essa associação entre a distância genética com a fertilidade dos híbridos deu valores capazes de determinar o “limite” de fertilidade.

Justamente pelo fato de os humanos, neandertais e denisovanos serem parecidos e conseguirem produzir uma prole saudável e fértil isso sugere que a existência de DNA neandertal e denisovano no nosso genoma poderia ter sido prevista há muito tempo. Já na época em que as primeiras sequências genéticas humanas foram feitas.

Conservação de espécies

Essa medida, criada pelos pesquisadores, pode ser uma ferramenta útil nos estudos e projetos que estudam a conservação de espécies. Isso por conta do fato de estabelecer a probabilidade de duas espécies produzirem híbridos férteis. Essa métrica pode ser usada para ajudar zoológicos, por exemplo, a decidirem quais animais ficam juntos ou não.

“Muitas decisões em biologia da conservação foram tomadas com base em que organismos relacionados que produzem híbridos em cativeiro devem ser impedidos de fazê-lo. Essa abordagem não considerou o papel significativo que a hibridização tem desempenhado na evolução na natureza. Especialmente em populações sob ameaça de extinção. Nosso estudo pode ser usado para informar futuros esforços de conservação de espécies relacionadas. E onde os programas de hibridização ou de barriga de aluguel podem ser alternativas viáveis”, concluiu o principal autor do estudo, Richard Benjamin Allen

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