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Quem é o mais inteligente: gato ou cachorro?

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Há muito tempo, basicamente desde que a humanidade se dividiu entre amantes de cães e gatos, as pessoas têm discutido sobre qual desses pets é a espécie mais inteligente. Um estudo, de 2017, apesar de não ser a última palavra sobre o assunto, parece colocar mais lenha na fogueira dessa disputa. Principalmente para aqueles que pensam que mais neurônios significam mais inteligência. Se formos olhar para a questão por esse viés, os cachorros se destacam entre os carnívoros por terem um córtex cerebral expressivamente mais denso.

Uma equipe interacional de cientistas analisou as camadas externas e enrugadas dos cérebros de alguns alguns animais carnívoros. Entre eles, cães e gatos. Os resultados da pesquisa foram publicadas na revista científica Frontiers in Neuroanatomy.

As análises tinham como objetivo determinar se a demanda por apanhar suas presas pela caça mostrava uma maior contagem de neurônios corticais. O que adicionaria energia cerebral onde ela de fato é importante. De certo modo, parece que uma presa de caça obviamente iria requerer um comportamento especial, que possivelmente seria neurologicamente desgastante. Entretanto, essas células extras do cérebro possuem um preço, e nem todas as caças resultam em desgaste energético.

Para que possamos comparar cérebros de diferentes espécies de animais, não basta apenas mensurar sua massa cinzenta. Devemos também levar em conta o tamanho relativo de seus corpos e cérebros. Mesmo olhando para o tamanho do cérebro como uma proporção, o que é chamado de quociente de encefalização, isso poderia nos privar de uma noção geral em relação aos detalhes da anatomia e inteligência do cérebro.

Por outro lado, a contagem de células pode fornecer uma melhor correspondência para determinar quantidades relativas de poder de processamento. “Acredito que o número absoluto de neurônios que um animal tem, especialmente no córtex cerebral, determina a riqueza de seu estado mental interno e sua capacidade de prever o que está acontecendo em seu ambiente com base na experiência passada”, disse Suzana Herculano-Houzel, neurocientista da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos.

Estudos prévios compararam a densidade de empacotamento neural nos cérebros de nossos predadores carnívoros favoritos. Foi estimado que os gatos têm cerca de 300 milhões de neurônios. O que é quase o dobro dos 160 milhões dos cães. Mas, entregar o troféu de animal mais inteligente aos gatos seria algo imprudente.

Oito animais carnívoros ao todo foram analisados pela equipe de pesquisadores. As análises foram feitas em um ou dois espécimes representativos de furões, mangustos, guaxinins, gatos, cachorros, hienas, leões e ursos pardos. Os resultados então mostraram uma grande reviravolta no quadro anterior. Os cães têm cerca de 530 milhões de neurônios em comparação com os 250 milhões dos gatos.

Os resultados

Em geral, os cães também tinham mais neurônios do que qualquer outro carnívoro, mesmo não tendo cérebros maiores. Os pesquisadores acreditavam que os cérebros dos carnívoros deveriam ter mais neurônios do que o córtex cerebral de suas presas. Entretanto, não houve uma diferença expressiva.

A proporção de neurônios para o tamanho do cérebro, na maioria dos carnívoros, era bem semelhante a dos herbívoros. O que sugeriu que a presa demandava o mesmo nível de processamento cerebral para escapar, gasto por seus caçadores para abatê-los. Curiosamente, um padrão invertido também foi observado em carnívoros maiores.

Grandes animais comedores de carne, como os ursos marrons, tinham menos neurônios em relação ao seu tamanho. Esses animais, mesmo até dez vezes maiores do que os gatos, compartilhavam o mesmo número de neurônios corticais do que os felinos. “Comer carne é largamente considerado um solucionador de problemas em termos de energia, mas, em retrospecto, é claro que o carnívoro deve impor um equilíbrio delicado entre quanto cérebro e corpo uma espécie pode pagar”, disse Herculano-Houzel.

Ser grande pode vir a calhar na hora de conseguir comida, mas em proporção, isso não se aplica a inteligência. “Sou 100% uma pessoa de cachorro”, confessa Herculano-Houzel, “mas, com essa retratação, nossas descobertas significam para mim que os cães têm a capacidade biológica de fazer coisas muito mais complexas e flexíveis com suas vidas do que os gatos”.

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