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Quem eram as ”Bruxas da Noite”? As mulheres piloto que perseguiam os nazistas

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Elas eram mulheres, soldados, e aviadoras, que defenderam bravamente a sua pátria, durante a Segunda Guerra Mundial. Elas voaram durante a escuridão em biplanos de madeira. Elas enfrentaram balas e frio no ar, enquanto, em terra firme, lutavam contra o ceticismo e o machismo. Essas foram as “Bruxas da Noite”, mulheres pilotos soviéticas, que foram responsáveis por vários bombardeios, que atingiram e mataram várias tropas alemãs. Por isso, elas eram tão temidas e odiadas pelos nazistas, tanto que qualquer aviador alemão, que derrubasse alguma delas, era automaticamente premiado pelo seu feito.

A trajetória das aviadoras do 588° Regime de Bombardeio Aéreo Noturno Soviético ficou marcada para sempre. O esquadrão feminino lançou mais de 23 mil toneladas de bombas, em soldados nazistas. E, ao fazer isso, elas se tornaram um ativo soviético crucial, na derrota dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Além de, é claro, mostrar ao mundo a capacidade das mulheres de lutarem na guerra.

As Bruxas da Noite

Essas aviadoras receberam dos alemães, o apelido de “bruxas da noite”, devido ao barulho de seus aviões de madeira, que muito se assemelhava ao de uma vassoura arrebatadora.

“Esse som foi o único aviso que os alemães tiveram. Os aviões eram pequenos demais para aparecer no radar ou nos localizadores de infravermelho”, conta Steve Prowse, autor do livro The Night Witches, que conta a história do esquadrão feminino soviético. “Elas nunca usavam rádios, então os localizadores de rádio também não podiam pegá-las. Elas eram basicamente fantasmas”.

Como se pode imaginar, usar bombardeiros do sexo feminino não era nem de longe a primeira escolha. Isso porque, até então, as mulheres eram barradas de participar do combate. No entanto, a pressão do inimigo invasor forçou os líderes soviéticos a repensarem essa política.

Era junho de 1941 e Adolf Hitler havia lançado a Operação Barbarossa, uma invasão maciça à União Soviética. Naquele momento, os soviéticos estavam desesperados. Um ano depois, aconteceu a primeira missão do 588° Regime de Bombardeio Aéreo Noturno Soviético, que mirou com sucesso na sede das forças nazistas invasoras.

Esquadrão feminino

A criação do esquadrão de pilotos mulheres foi uma iniciativa de Marina Raskova, conhecida como a “Amelia Earhart soviética”. Ela que era famosa não apenas por ser a primeira mulher, a navegar na Força Aérea Soviética, mas também por seus inúmeros voos de longa distância. Depois de receber cartas de mulheres de toda a União Soviética, demonstrando interesse em se juntar ao esforço de guerra, Raskova solicitou a Joseph Stalin que a deixasse formar um esquadrão de luta feminino.

Em outubro de 1941, o ditador soviético autorizou a implantação de três unidades da força aérea, exclusivamente femininas. Assim, a União Soviética se tornou a primeira nação a permitir oficialmente mulheres participando de combates.

Raskova começou a montar as suas equipes. Entre mais de 2 mil inscrições, ela escolheu 400 mulheres, que foram divididas entre as três unidades do esquadrão. A maioria dessas mulheres eram estudantes, com idades entre 17 e 26 anos. Cada recruta teve que treinar e atuar como piloto, navegador, manutenção e equipe de terra. Assim, elas aprenderam, em poucos meses, o que a maioria dos soldados levava vários anos treinando.

Mas além de um regime de aprendizado exigente, essas mulheres ainda enfrentaram o ceticismo e machismo por parte de alguns militares, que não acreditavam no seu valor e esforço no campo de batalha. “Os homens não gostaram das ‘menininhas’ indo para a linha de frente. Era coisa de homem”, conta Prowse.

Mas o fato é que essas mulheres acabaram contribuindo, em grande parte, com a vitória na guerra, provando, de uma vez por todas, a sua capacidade em combate.

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