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Veja o que aconteceu com essa mulher que tomou 550 vezes a dose recomendada de LSD

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O LSD é uma droga alucinógena, que muda temporariamente a percepção da realidade. Acredita-se que a substância foi usada por muitos artistas, durante a criação de suas obras artísticas, literárias e musicais. Além de ter sido um dos pilares da cultura hippie dos anos 1960.

A droga é um composto cristalino, que surge naturalmente do resultado das reações metabólicas do fungo Claviceps purpurea. Foi sintetizado pela primeira vez em 1938. E, em 1943, o químico suíço Albert Hofmann, acidentalmente descobriu os seus efeitos. Ele utilizou a droga até sua morte aos 102 anos.

Apesar de não ser perigosa como álcool e tabaco são, caso a experiência individual não seja boa, os efeitos psicológicos durante e após o uso do LSD podem ser devastadores. Eles podem ser pânico, desencadeamento de psicose, estresse pós traumático, síndrome serotoninérgica, entre outros.

Assim como qualquer substância se usada em doses muito grandes elas causam alguns efeitos nas pessoas. Mas o que aconteceria se alguém usasse doses altíssimas de LSD? Um estudo canadense fez a análise de três casos. Um deles foi o de uma mulher, que tomou 550 vezes uma dose habitual da droga.

O artigo foi feito por Mark Haden, diretor da MAPS Canadá (Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos) e professor da Universidade da Colúmbia Britânica, e Birgitta Woods, psiquiatra da Vancouver Coastal Health.

LSD

Em seu artigo, os dois analisaram três casos de overdose de LSD. Ela é uma das substâncias psicodélicas mais potentes do mundo.

No caso da mulher de 46 anos, ela usou uma dose 550 vezes mais alta do que o normal quando o uso é recreativo. Surpreendentemente, ela sobreviveu e a dor no pé que ela tinha desde os 20 anos diminuiu de forma drástica.

O segundo caso aconteceu com uma garota de 15 anos. Ela sofria de transtorno bipolar e usou uma dose 10 vezes mais alta que a normal. De acordo com a garota isso também foi “positivo” para ela. Já que ela diz ter melhorado de forma significativa sua saúde mental.

O terceiro caso analisado no estudo foi uma mulher que acidentalmente ingeriu uma dose alta de LSD na sua segunda semana de gravidez. Atualmente, seu filho está com 18 anos e não mostrou nenhum problema de saúde ou em seu desenvolvimento.

Estudo

Quando vai se estudar doses altas de LSD não é possível fazer isso em um laboratório. Então esses casos, que aconteceram naturalmente, são objetos de estudo interessante para os cientistas tentarem compreender melhor os efeitos que a droga tem na saúde das pessoas.

Com esses casos, os pesquisadores podem tomar decisões com mais informações sobre o uso de psicodélicos no tratamento de condições como o vício, transtorno do estresse pós-traumático, depressão e ansiedade. Essas doenças todas parecem ter benefícios quando tratadas com a droga.

De acordo com os pesquisadores, os detalhes dos casos foram colhidos em entrevistas feitas tanto com as pessoas que ingeriram a droga quanto com suas famílias, amigos, traficantes e testemunhas. E também nos registros médicos delas.

550 vezes

A mulher de 46 anos foi identificada apenas como CB. Ela tomou, em setembro de 2015, 55 miligramas de LSD puro em pó. Na ocasião, ela pensou que se tratava de cocaína. Para os pesquisadores, uma quantidade recreativa da dose seria de 100 microgramas ou 0,1 miligrama.

Durante 12 horas, a mulher desmaiou e vomitou com frequência e disse se sentir “agradavelmente chapada”. Isso também no período das 12 horas. De acordo com o colega de quarto dela, a mulher ficou a maior parte do tempo sentada na sua cadeira com os olhos abertos ou revirados. Além de ficar falando palavras aleatórias.

Depois de passadas 10 horas, ela já conversava naturalmente. Em seus 20 e poucos anos, ela tinha contraído a doença de Lyme. Desde então, ela tinha uma dor horrível no pé e nos tornozelos.

E de acordo com ela, a dor passou no outro dia. Ela ficou sem morfina, nos próximos cinco dias. A dor voltou, mas quando aconteceu ela estava mais fraca e conseguia ser controlada com doses menores de morfina e micro doses de LSD a cada três dias.

Em janeiro de 2018, a mulher parou por completo o uso de morfina e LSD. E também não demonstrou nenhum sinal de abstinência. Mas ela teve um aumento nos sintomas como ansiedade, depressão e retraição social.

Tratamentos

Nas décadas de 1940 e 1950, o LSD foi usado em tratamentos psicoterápicos, como parte da pesquisa sobre seus efeitos, em problemas como ansiedade, alcoolismo, uso de opioides, depressão e transtorno do estresse pó-traumático.

Nos anos 1960, esses estudos foram interrompidos, quando o LSD foi declarado ilegal nos EUA. Mas, nos últimos anos, tem acontecido um aumento da pesquisa nessa área.

As preocupações dos danos permanentes pelo uso de LSD foram diminuídas por uma pesquisa, feita em 2015. Ela foi realizada com 130 mil americanos e não descobriu nenhuma relação do LSD, com comportamento suicida ou problemas mentais.

Mas alguns estudos mostram os efeitos negativos do LSD como dificuldades de concentração, tontura, falta de apetite, boca seca, náusea e desequilíbrio de 10 a 14 horas depois de tomar a droga.

“Os casos realmente não mostram os benefícios do LSD, mas sim que em algumas pessoas doses excepcionalmente altas não levaram a danos duradouros e podem fazer algo de bom”, explicou David Nutt, diretor da Unidade de Neuropsicofarmacologia da Divisão de Ciências do Cérebro na Imperial College London.

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