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Vírus gigantes são encontrados em gelo da Groenlândia e podem ajudar a regular ecossistema

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A cada dia que passa, as mudanças climáticas ficam ainda mais em evidência, e isso é extremamente prejudicial para nossa sobrevivência. Um exemplo é que à medida que o gelo das geleiras vai derretendo, coloca a vida animal em risco. Fato que levanta muitas outras questões sobre como será a vida no futuro. Contudo, alguns vírus podem acabar ajudando a humanidade, como no caso desses vírus gigantes da Groenlândia.

Em um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Aarhus, da Dinamarca, eles encontraram vírus gigantes na camada de gelo de Groenlândia. Eles se alimentam das algas na neve e podem servir como uma ajuda na preservação do ecossistema ártico.

De acordo com a hipótese levantada pelos pesquisadores, esses vírus podem ajudar a controlar o derretimento acelerado dos blocos de gelo porque eles se alimentam das alas que crescem nas geleiras e acabam deixando elas mais escuras. Por conta disso, elas acabam refletindo menos o sol e o derretimento fica mais acelerado.

Vírus da Groenlândia

UOL

Justamente por isso que com esses vírus, as algas florescem menos e, como consequência, elas se propagam menos e isso desacelera o derretimento das geleiras na Groenlândia porque os blocos de gelo acabam ficando mais limpos e conseguem refletir a luz do sol.

“Eles podem ser úteis como forma de aliviar o derretimento do gelo causado pelas florações de algas. Ainda não sabemos quão eficiente isso seria, mas esperamos responder a essas perguntas ao estudá-los mais a fundo”, disse Laura Perini, do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade de Aarhus.

Os vírus que os pesquisadores encontraram são tidos como gigantes porque eles têm cerca de 2,5 micrômetros. Para se ter uma noção, o tamanho de um vírus comum é entre 20 e 200 nanômetros, sendo um nanômetro igual a 0,001 micrômetro.

Perigos

Galileu

No caso desses vírus gigantes da Groenlândia, eles podem ajudar na regulagem dos ecossistemas. Contudo,  patógenos congelados há tempos podem ressurgir do gelo derretido das geleiras.

Tanto que, em 2003, cientistas conseguiram trazer de volta à vida bactérias a partir de amostras de núcleo de gelo que foram retiradas do planalto Qinghai-Tibet, que tinham mais de 750 mil anos.

Depois de um pouco mais de 10 anos, o vírus chamado Pithovirus sibericum, conhecido como “vírus zumbi”, também foi revivido a partir do permafrost siberiano. Ele estava congelado por 30 mil anos. Outro caso foi visto em 2016, quando aconteceu um surto de antraz no oeste da Sibéria. Isso aconteceu por conta do degelo rápido dos esporos de Bacillus anthracis no permafrost. Como consequência, milhares de renas morreram e várias pessoas foram afetadas.

A descoberta mais recente foi a similaridades genéticas entre os vírus descobertos nos sedimentos dos lagos árticos e seus possíveis hospedeiros. E como a temperatura do nosso planeta está aumentando alarmantemente rápido, e no Ártico isso chega a ser quatro vezes mais rápido, é estimado que quatro sextilhões de microrganismos vão ser liberados todos os anos no ambiente por conta disso.

Esse número é tão grande que é o mesmo de estrelas existentes no universo. E mesmo que esse número seja altíssimo, tendo patógenos misturados nele, ainda não se sabe qual é o risco que eles representam para os ecossistemas.

Um estudo que foi publicado na revista PLOS Computational Biology analisou quais seriam esses riscos ecológicos que poderiam acontecer com a liberação desses vírus antigos.

Para isso, os cientistas usaram um software chamado Avida e simularam a liberação de um patógeno antigo específico nas comunidades biológicas modernas. Com isso, eles calcularam o impacto que ele causaria na diversidade de bactérias hospedeiras modernas em milhares de cenários.

Os resultados foram bastante preocupantes. Isso porque esses patógenos liberados do derretimento das geleiras não somente sobreviveram, como também evoluíram nas simulações. Em aproximadamente 3% dos casos, o patógeno virou dominante no novo ambiente em que estava. Com isso, a diversidade dos hospedeiros teve uma perda. E, no pior dos casos, mas que é possível de acontecer, a invasão do patógeno diminuiu em 30% a comunidade hospedeira.

Por mais que o risco possa parecer pequeno, é importante lembrar que os resultados que os cientistas tiveram foram em simulações de um patógeno específico em ambientes simulados. Na realidade, o derretimento das geleiras pode liberar vários micróbios antigos, o que pode ser um perigo bem significativo.

O risco potencial para os humanos pode não ter sido simulado, mas toda a degradação que ele fez em suas comunidades hospedeiras pode ser um alerta.

Fonte: Diário do nordeste, Mistérios do mundo

Imagens: UOL, Galileu

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